segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Telefone antigo

Flagrante da visita de Nat King Cole na sede do Blog, retratado por Ício, o cartunista.

     Ja  vi  muitos telefones antigos.  Este Antiquario tem alguns, inclusive compartilhados através deste blog,  de amigos colecionadores, em museus,  e  posso dizer que “um mais lindo do que o outro”.  Mas quem convive no meio e garimpa antiguidades sempre pode ser surpreendido com algo diferente., como foi o caso deste antigo e charmoso telefone,  acoplado sobre mesa em bronze ricamente trabalhado, com tampo em mármore. Coisa muito chique! 

 75 x 39

     Época? Talvez década de 40, 50, sei lá. Quem  puder colaborar informando algo a respeito da preciosidade, agradecemos, eu, e Nat King Cole, patrono deste blog.
     A peça tem lugar de destaque no Antiquario, e não foi por acaso que a mostramos  encerrando o ano de 2016.
     Por falar em encerramento do ano,  convidamos Nat King Cole, que em momentos especiais como este nos apresenta “Ansiedad”, Icio, o cartunista  que nos retratou, e Pedro Du Bois, poeta e contista, que nos brinda com poemas, lógico, versando sobre telefones.        


Amigos Feliz Natal!




OS OBJETOS E AS COISAS

XVI – O Sono dos Objetos
(Pedro Du bois, em Os Objetos e as Coisas)

Na noite os objetos adormecem
como comuns mortais: a madeira 
se distende e a pedra se condensa; 
alguns vertem águas despudoradas
em falsos milagres.

       O telefone é um objeto através
       do qual as pessoas se desatendem:
       o telefone é o ícone
       do objeto que sofre a dor
       alheia: o chiado, as descargas,
       a mudez temporária e o fato
       de não se receber qualquer chamada
       faz parte do sono do aparelho.

        Todos os desajustes são reportados
        em relatórios ao objeto chefe:
        é verídico o fato dos objetos
        não fazerem greves ou paradas.




 

TELEFONE

(Pedro Du Bois, inédito)

Olha a cidade
o telefone toca:
          saiu quem poderia
                falar com você.

Nada acontece
na cidade pela janela
nem importa o quanto 
desperta o telefone

não será atendido
ninguém falará com você.

Parado no tempo: ingenuamente 
olha pela janela preso ao telefone 
que não toca mais.
 



                                 


TELEFONES
(Pedro Du Bois, inédito)

O telefone emudece sentimentos
:falar sem ver a face amada
:adivinhar inflexões e caretas
:ver onde estão as mãos
 e repousa o olhar.

Aparelho frio: discos
                       teclas 
             manivelas
fixos e móveis.

O telefone sem sentimentos:
ocupado
errado
fora do ar.


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Câmera fotografica Kodak “ Rio 400”.



 Primeira câmera fotográfica Kodak fabricada no Brasil



                                                         Na embalagem estava incluída 01 (um) filme Verichrome PAN 
                                                              127 e 01 (um) Kodacolor X127.


     A  “Rio 400” foi a primeira câmera fotografica fabricada pela KODAK no Brasil, lá pelos idos de 1965. Batizada de “Rio 400 “,em homenagem ao IV Centenário da cidade do Rio de Janeiro.
  Essa maquininha é encontrada com facilidade, com boa aparência  e pleno funcionamento, a preços acessíveis. Quando pesquei uma no mercado, nessas condições,  com caixa e manual,  não tive duvidas em fechar negocio. Está fazendo sucesso  no  Antiquário.
     Registro interessante consta na caixa: Fabricada por FANAMEL – rua Cajuru. 649 – São Paulo, para KODAK Brasileira Ltda – Al Glete, 490 – São Paulo.”

     Nesta oportunidade mostramos fotos enviadas por Estevan Gavioli da Silva que em suas andanças pelo mundo, lá pela Noruega,  registrou com talento belas paisagens.
Não bastasse a beleza das fotos, nosso colaborador complementa-as, comentando com dados interessantes,  cada uma delas. Vejam!

       



     “Captada por volta  das 21h00min, em Bergen, situada no oeste da Noruega. A parte antiga da cidade, chamada Bryggen, que pode ser vista  ao fundo da fotografia – está ligada a uma baia onde se situa uma feira de frutos do mar, e é circundada por casas datando do tempo da Liga Hanseática. Em 1979 passou a integrar a lista do patrimônio da humanidade da Unesco. Bergen foi capital da Noruega desde sua fundação ( 1070) até 1299.”





     “A foto da casa que retrata parte do vale de Flâm, foi tirada com o trem em movimento, a partir  da famosa via férrea  Flâmsbana, que liga Myrdal, em um trajeto de 20 km, sendo a ferrovia mais íngreme do mundo em trilhos convencionais. Apesar de eu não saber, quando a captei, a imagem da fotografia é um dos cartões postais da Noruega e eu encontrei outras semelhantes na internet. A ferrovia que passa por picos nevados, montanhas e inúmeras cachoeiras, levou vinte anos para ser concluída e é considerada uma obra prima da engenharia norueguesa. O mais arriscado e que tomou mais tempo foi a construção dos tuneis – na sua maioria escavados a mão.”









terça-feira, 4 de outubro de 2016

Câmera fotografica Exakta Varex II A





     Esta câmera “clássica” foi fabricada por Kameranwerk Steenbergn & Cia, empresa fundada em 1912, em Dresden, Alemanha. O modelo Exakta foi produzido no período de 1933 a 1976, nas variações V, VX, Varex, Varex II A e Varex II B.
O modelo que faz bonito no acervo do Antiquário, Varex II A, foi produzido em 1961, ano registrado no Manual de Instruções que o acompanhava na caixa.









Controle de qualidade da Exakta












             Manual de Instruções da máquina









     Nesta ocasião compartilhamos fotos feitas pela Sra. Jeanne Ming Chao, em algum lugar da Noruega, quando registra  a natureza com extrema sensibilidade, onde os elementos que compõem o quadro posam em harmonia por fiapos de segundos, à espera  de seu click certeiro.  



                                  “Fotografar, é colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração.”
                                                                           Henri Cartier-Bresson



Dedicamos essa música à Sra. Chao, colaboradora deste Blog.





                                              https://www.youtube.com/watch?v=SEQpp2xvWY0


                                                   






sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Telefone antigo Ericsson



  

“ Quando eu penso que me esqueci, o telefone toca... e aí começa tudo de novo...”.
Clebio Carvalho

     Este belo telefone tomou  rumo do Antiquário graças a indicação da amiga  Rose Cardoso que  percebeu logo a raridade e  condição da peça.

     Fabricada pela Ericsson   (Telefonaktiebolaget L.M. Ericsson), empresa sueca que atua no Brasil desde 1924, quando  constituiu  a Sociedade Ericsson do Brasil Ltda.




     Mesmo apresentando  razoável aparência externa, peças originais preservadas, graças ao capricho de sua antiga  e única proprietária, foi submetido a uma geral  aos cuidados do restaurador, também,  colecionador de antigos, Pinga, que recuperou sua jovialidade, e o preparou para mais cem anos de reinado.
     Registro algumas imagens do processo de restauração:
















      Mais uma vez, o poeta Gabbardo nos dá o ar de sua presença neste blog, nesta oportunidade versando sobre as praias gaúchas. É bem assim! 






quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Relógio de parede DIMEP 500 dias


 Relógio eletrônico a transistor patenteado em 23.06.1959.


     “Embora já produzisse há muitos anos, relógios elétricos dentro do principio de Hipp, considerei que chegara o momento de projetar um mecanismo para relógios independentes a pêndulo eletromagnético, com consumo mínimo de corrente elétrico, de forma a permitir que uma simples pilha comum, de lanterna, tivesse a duração de, pelo menos, um ano. Depois de estudo meticuloso de diversos sistemas, resolvi adotar o principio aplicado nos relógios  de Bulle, baseado numa patente de Alexandre Bain, de 1843, envolvendo uma barra fixa de imã permanente. Sempre dentro dos princípios que norteava meus objetivos em relação à criação  de mecanismos de relógios, ou seja, simplicidade, robustez, alto coeficiente de segurança  de funcionamento e facilidade de manejo e manutenção, desenvolvi um relógio de pilha realmente interessante, com baixíssimo consumo de corrente elétrica que trabalhava 400 dias com uma pulha normal de lanterna. Posteriormente, mais aperfeiçoado, passou a funcionar, com toda a segurança, por mais de 500 dias. Inicialmente esse relógios eram produzidos com a marca Tagus Dipim.”  Dimas de Melo Pimenta



 Imagem do Relógio em seu estado original quando da compra

     A história do fabricante  deste relógio iniciou em fins de  1936 quando o empreendedor  Dimas de Melo Pimenta esboçou os primeiros projetos, quando as dificuldades  de importação da Alemanha, em pleno ambiente pré guerra, se fazia presente. No ano de 1941, período da segunda guerra  mundial  fundou com seu pai Manuel e seu irmão José, a firma Produtos Elétricos Tagus Ltda, quando a incipiente produção, iniciada em 1936, progredia para um estágio efetivamente industrial.
 
     A empresa no transcorrer de sua historia dedicou-se a produzir toda a gama de relógios industriais e comerciais, com relógios de ponto, relógios mão de obra, de vigia, sinaleiros, e tantos outros, além de relógios mestres e secundários. 
O nome da empresa sofreu com o passar dos anos, algumas alterações:
1941 – Produtos Elétricos Tagus Ltda.
1950 – SociedadeTagus de Relógios Ltda.
1951 – Cia. Tagus de Relógios.
1953 – Cia.Tagus-Melo Pimenta de Relógios.
1958 – Cia.Tagus – D, Melo Pimenta de Relógios.
1961 – Dimas de Melo Pimenta  S/A Industria de Relógios.
Observação: pesquisa até o ano de 2006.





quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Telefone antigo.


Acervo de  Izabel Dalmagro -  ( década de sessenta?) 




Nesta postagem  temos a presença de belíssimo telefone antigo, com seu corpo em cerâmica pintada  à  mão,  detalhes em bronze e baquelite,  que lhe conferem beleza especial. É um dos itens da coleção   de antiguidades  de Izabel Dalmagro, que  gentilmente cedeu imagem a  este blog, no sentido de compartilha-lo.    



 A alma das  coisas depende   da nossa alma”. Agostinho Both

     Conhecendo o acervo da colecionadora e de suas predileções, que busca sempre em suas garimpagens  peças de boa qualidade, originais  e de procedência,  é que me permito afirmar que seus achados antigos levam consigo a finesse de sua descobridora, como bem retrata o telefone exibido,  made in Nova Petrópolis/RJ, corroborando com o que  diz o sociólogo Câmara Cascudo, “...  cada objeto se impregna do espirito da pessoa que a possui. Participa de todos os fluidos e forças anímicas”.





Detalhes do “discador”.

     Obrigado Izabel e  volte sempre  a este blog.

     O telefone passou pelas mãos do restaurador e também colecionador Luiz  Carlos Vieira. 


 Vejam as imagens.






























       










quinta-feira, 14 de julho de 2016

Camera fotografica BEACON II

Made in U.S.A. / Whitehouse Products, INC Brocklyn N.Y.


                                                                    10 cm comprimento x 08 cm altura

    Esta, com mais de cinquenta anos, ainda mantem-se bem conservada e funcionando a contento. As  BEACON II  foram fabricadas no período de 1947 a 1955. Com sua estrutura em baquelite,  preta,  apresentando elementos cromados forma  um belo  conjunto.  Consta que também foram produzidas  em cores.  
    Sua condição de rara, conforme registro no site especializado      CAMERASANTIGAS.COM.BR valoriza-a ainda mais.
    A BEACON II que compartilho, foi limpa, azeitada, lustrada, para que faça bonito na prateleira , dure séculos , e me conceda prazer por tê-la.   Penso como a escritora Tânia Du Bois  que diz;  “O objeto não se esgota na compra e fica cada vez mais próximo de mim; vira parceiro e companheiro, porque na minha solidão falo com ele e o conservo para vê-lo no amanhã”.



Fusca: pau para toda obra!

    A tecnologia a nosso dispor atualmente faz com que possamos mesmo que com celular a meia boca – como o meu –  registrar através de foto  flagrante do cotidiano, sem ter que portar a tiracolo uma BEACON  II. Agora, vamos combinar: sem o mesmo charme. 












sábado, 25 de junho de 2016

Camera fotografica FLIKA.

Filme 120 – 8 negativos em formato  6x9 ou 16 em 4,5x6 cm. 



Foco desde 1, 90  al infinito (inscrição interna)


“O objeto// Mudará o objeto?//... Que outros objetos/Guardarão lembranças.../ Do tempo afeito/A novas mudanças/”Antonio Olinto



      Tenho especial interesse em adquirir  cameras fotograficas   fabricadas  por empresas nacionais  visando reconstituir, preservar e divulgar  atraves da propriedade física e postagens,  sua historia. Vale lembrar que dados disponíveis a respeito são poucos.
      Essas câmeras ainda  são compradas com certa facilidade e a preços acessíveis.                 Aproveitem  enquanto é tempo!
      Quem acompanha este blog  pode ver algumas, todas elas tipo “caixotinho”, bastante simples, mas, que na sua época tiveram seus dias de glória.
      Esta aí de  cima, já de construção um pouco mais sofisticada em se comparando com as “caixotinhos”, foi fabricada pela empresa D.F. Vsconcelos,   constituída em São Paulo/SP, em 1941. Fabricante de teodolitos, microscópicos, binóculos, incorporou lá pelo idos de 1950 camera fotográfica em sua linha de produtos.  Depois de certo tempo foi engolida, no segmento, pelas  estrangeiras, que chegaram no mercado com tecnologia avançada. A FLIKA presumo que tenha sido fabricada pelos anos sessenta/setenta. Quem souber algo mais a respeito da “pretinha” solicito informar. Assim, estaremos complementado sua ficha técnica.

      Olhem só quem abrilhantam a matéria de hoje: poeta Julio Perez e Luz Casal. Leiam e escutem!